“Faça do
direito uma ciência e não um amontoado de frases obsolescentes”
O direito mudou - se tratando de uma ciência
de construto social, que parte do pressuposto aristotélico de homem como um
animal político, a sociedade impulsiona a mudança jurídica conforme suas
demandas e projeções - contudo as questões que surgem a baila residem no
aspecto estrutural do direito: o que mudou? Qual é a sua nova configuração?
Para onde podemos ir com esse novo direito?
A mudança ocorreu devido a demanda do próprio
sistema capitalista para uma nova configuração social: em profundidade o
direito permanece o mesmo (pilar que sustenta o sistema capitalista), contudo
em aparência ele sofreu uma mudança copernicana, haja vista a formalidade que
proporcionava suporte às teses jurídicas ter dado lugar à dinâmica, fluidez e interdisciplinaridade
que hoje calça a nova forma de versar e fazer o direito. Nesse sentido, o direito deste início de século XXI deixa de
lado o formalismo dos séculos passados para agir no meio social através da
tecnologia, inovação e interdisciplinaridade. Não se pode dizer que o
formalismo do direito de nada serve em face a conjuntura global, afinal, a linguagem produz sentido às reflexões, conceitos e condutas prescritivas do universo social, todavia é o mercado
financeiro que influência diretamente as políticas de governança que darão forma
ao direito posto pelo Estado à sociedade.
Isso posto, vem a lume uma questão de
fundamental importância: como o operador do direito pode trabalhar neste
cenário tão aberto? Primeiramente devemos nos ater que tamanha abertura se faz
pelo excesso de informações que esta nova configuração global nos trás, contudo
só há uma maneira de lidar com a gama de dados em expansão - um bom exemplo para dar forma a esta
primeira reflexão seria o ato de realizar uma pesquisa no Google; vejamos: quando o pesquisador digita o seu tema no
site de pesquisa, ele é remetido de forma automática a um turbilhão de sites
que versam sobre o tema que está sendo pesquisado ou a sites que possuem
assuntos similares, mas que não servirão de valia alguma ao pesquisador; o bom
pesquisador ira filtrar essa gama de informações para então começar a realizar
a sua pesquisa, optando entrar em sites confiáveis e que exponham o tema em questão através de um método pautado pela tradição construída entre a simbologia, a lógica e a linguagem - esse meio é o conhecimento racional, limpo de doxa, e cheio de episteme, ou seja, o conhecimento fundado pela analise cética que
apenas as ferramentas disponibilizadas pela ciência podem oferecer ao individuo
cheio de gana para compreender a sociedade em que esta inserido. Nesse sentido vem a tona a articulação cientifica em contraposição a desigualdade e ao totalitarismo.
A ciência se mostra como uma vela em meio a escuridão, possuindo o poder de inovar, desenvolver e proporcionar esperança a sociedade através da tecnologia produzida a uma fidelidade aos fatos concretos; nesse campo de atuação o direito tem primordial importância, haja vista ser a lógica jurídica em dialogo com a economia o motor que pode proporcionar o alçar voo social através de seu desenvolvimento proporcionado pela criação de politicas publicas.
A ciência se mostra como uma vela em meio a escuridão, possuindo o poder de inovar, desenvolver e proporcionar esperança a sociedade através da tecnologia produzida a uma fidelidade aos fatos concretos; nesse campo de atuação o direito tem primordial importância, haja vista ser a lógica jurídica em dialogo com a economia o motor que pode proporcionar o alçar voo social através de seu desenvolvimento proporcionado pela criação de politicas publicas.
O astrônomo e biólogo Carl Sagan já nos
alertava para os riscos da má aplicação de politicas publicas que expurguem
qualquer intento de ordem cientifica ao meio social, nos orientando a fomentar a
ciência em função do bem coletivo, para através dela, desenvolver a sociedade
com o intuito de combater o totalitarismo, zelar pela democracia e alteridade.
É nessa toada que devemos hastear a nossa bandeira em prol da proteção da chama que nutre a vela cientifica e, por tanto, manter aceso o farol aos
tripulantes das embarcações que navegam pelos mares do excesso de informação em
meio a um mundo que clama pelo expurgo das desigualdades, pois a ciência
do direito deve ir em busca da analise concreta: não há
verdades universais, pois devemos nos atentar para a coerente percepção
de cada nota social que nos é exposta a lume, para através delas encontrarmos a
harmonia entre os mundos.